10 de nov. de 2010

Rewind

Uma vez pensei em relembrar meu dia o contando de trás para frente. Esbarrei na poltrona e acabei tropeçando durante a tarde. Minha memória nunca foi o meu forte. Demoro horrores para recordar nomes e o que fiz na semana passada. Por esse motivo, tenho um caderno com o nome e fotos de todas as pessoas que conheço. De fato, isso não é verdade. Às vezes acredito que não sei bem quem sou, por isso tenho me olhado no espelho com uma certa frequência. Movia meus pés num descompassado sentido anti-horário. A solidão nunca foi tão detalhada diante de mim.
Estavam todos sentados à mesa. Talheres de prata, pratos de plástico. O prato raso nunca foi tão fundo, as refeições pareciam retornáveis. Até mesmo as moscas se sentiam à vontade, saltitando com uma certa elegância. Risos e músicas vagavam por todos os lados.
Me lembro de você e do piano em frente à lareira. Algum dia, vou acrescentar simetria à esses quadros.

Um comentário:

Anônimo disse...

que bonito como você escreve!