16 de jan. de 2009

Mês Um...

Minhas roupas estão amontoadas em dois bancos prestes a cair. O estranho é que hoje, havia café-da-manhã. Não daqueles com uma grande variedade de frutas e besteiras, mas já era alguma coisa. Bom fim-de-semana, mas era Segunda-Feira. Fiquei repetindo essa frase por horas até desistir de encontrar uma lógica totalmente concreta. Senti-me diferente diante daquelas casas de filmes antigos. Mas de certa forma, me notavam. Preciso de um porre, um daqueles inesquecíveis, com direito a vômito no tênis. 15 dias de contagem regressiva, nada pronto ainda. Imagino possíveis situações, livro de viagem, pontos turísticos, temperatura, fuso-horário e coisas mais. Alertaram-me que nada é de graça, e que os carrinhos para bagagem são pagos. Beirute de quatro - queijos sem catupiry! Não seriam três queijos? Deixa pra lá...só sei que me lembrei de um par de meias.

12 de jan. de 2009

Já vi este filme...

Retratos com cacos de vidros sugerem um final trágico. Notei, quando ouvi a porta bater enquanto esfregava meus olhos naquela fria manhã de segunda. Sim, ela havia partido, e não me disse à que horas nem em que dia pretendia voltar. Levantei rapidamente e corri até a janela. A vi pela última vez, acenando friamente, com uma enorme bagagem, e alguns cortes na sua mão esquerda. Segurava um retrato que representava uma história tão distante.

9 de jan. de 2009

Irritação Momentânea

Passos silenciosos, atiro mais uma bituca ao redor das árvores. Até ontem, sabia quantas haviam, mas percebi que é estranho contar e por isso, me esqueci. Música de fundo um tanto quanto desconfortante. Fecho a porta com um pouco mais de cuidado do que na noite anterior. 8 de Janeiro, ansiedade a mil, meu espelho já perdeu o meu reflexo e só me restam alguns fios.Estou descuidado, despreparado talvez. Felicidade inconstante perante uma fria e silenciosa noite. Dor nas costas ausente, dor no peito presente, bem-vinda à minha casa, agora. Dias diferentes num lugar em que passei boa parte de minha vida. E aquela sessão de tortura informativa de fato, me incomodou. Percebi que sou menos inteligente do que pensava. Não me recordo sequer qual figura de linguagem me atrevi a escrever. Não ocorreu nada mais estranho, estou distante, mas rostos insistem em se aproximar. Bati o recorde do trajeto sofá-quarto e não me sinto tão inútil por isso. Até vi alguns filmes interessantes. Quero partir sem deixar “assuntos” pendentes. Entenda como quiser. Meus olhos ardem, perdi um pouco da noção e do sono. Ainda não chegou o Outono, porém folhas secas caem com insistência.

1 de jan. de 2009

Martírio

São 11 ao todo por dia, eles me fazem bem. Porém, em partes me destroem aos poucos, me sufocam e calculam quanto tempo ainda tenho em vida. Nesse momento, imagino verdes e radiantes jardins sob a paisagem de uma aurora digna de domingo. A impaciência me consome. Olho fixamente o relógio que parece ter parado de girar. Estou completo, mas sinto que me falta alguma coisa. Vícios, desconfortos, dores repletas de amores. Não considero minha juventude perdida. Ouço aplausos, mas não sei dizer ao certo de onde vem, pra onde devo seguir. Pensamento permanente, idéias falsas, sorrisos miraculosos que aliviam meu dia. Gastei todo o meu dinheiro, viajei escondido, fiz as pazes comigo, porém, por favor, entenda, acho que é a minha vez de jogar.
Vamos voltar, se esconder, transar e no fim de tudo, morrer.
“Não tenho dinheiro para pagar a minha droga”. Devo prosseguir? Aquela sensação de novo.
Já consigo ver os aviões decolarem. A Heineken esquentou, o cigarro já se apagou e o sol lá fora não tem tanto brilho diante de tantas nuvens.