28 de dez. de 2008

Não me atrevi, nem após ouvir tua voz.

Mais um dia contado, com poucas vozes, restando apenas um som desafinado no cômodo ao lado. As minhas roupas ainda estão do mesmo modo que as deixei quando cheguei, isso faz parte da minha bagunça. Tome cuidado para não rasgar a folha. Pensei mas, de fato, não hesitei em dizer. Passei o dia um tanto calado. Levantei mais tarde do que de costume e fui preparar o café. Não o encontrei. Deitei por alguns minutos mais. Aquelas viagens semanais estão me deixando um pouco enjoado, o que faz com que, às vezes, perca o apetite. Apetite pela destruição? Acho que ainda não vem ao caso.
Dei umas risadas, queimei alguns cigarros, mas não consegui remover o rótulo de “dia comum”. Preciso de mais um dia “daqueles”. Uma chamada perdida, várias efetuadas, porém nenhum diálogo com nexo. Um sábado com “cara” de domingo. Perdi a trilha sonora do meu fim-de-semana, e ainda não deitei na cama. Aquela estátua não possui braços, mesmo assim, não deixa de ser uma obra divina, de valores indiscutíveis. Minha perna ainda possui sinais de cicatrização, no entanto não coça tanto, bom sinal.
Vagando por essa folha, uma formiga. Dei um leve peteleco, todavia perdi o feeling. O som já se cala.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em quantos amplexos de estátuas sem braços já quis cair?
Obras divinas, com valores indiscutíveis...
Nenhuma jamais me abraçou.